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Feliz Dias dos Pais

sábado, 24 de outubro de 2009

BRASIL EM GUERRA!

Rio de Janeiro, "cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos... Capital do Sangue quente do melhor e do pior do Brasil" assim dizia a cantora Fernanda Abreu em uma de suas canções.
Será que o Rio de Janeiro continua lindo? Eleita sede dos jogos Olímpicos de 2016, Cidade do futuro, das oportunidades, da Copa do Mundo, sonhos dos turistas, símbolo do país no exterior.
Esta semana viu-se noticiada em manchetes de todo o mundo. Na verdade se as cenas fossem apenas mostradas em imagens sem áudio diriamos que se tratava de algum país do médio oriente. Pela primeira vez na história dos conflitos em favelas, traficantes derrubaram um helicóptero da Polícia Militar, e obteve uma baixa de três policiais mortos carbonizados, quase 40 pessoas mortas nas ruas e ônibus queimados. Um verdadeiro cenário de guerra!
Na mesma semana, policiais militares ocupados em vingar seus heróis, viu a face podre de policiais corruptos. Um capitão e um sargento foram flagrados roubando um par de tênis e uma jaqueta furtados por assaltantes. A vítima dessa vez foi o coordenador da ONG carioca AroReggae, que ainda agonizava dento de um banco quando a patrulha passou. Os policiais liberaram os assaltantes e confiscaram o furto para uso próprio. Imagens divulgadas do ocorrido envergonham a nação perante o mundo.
Enquanto pesquisas demonstram que o Brasil avança na área social, tem um economia estável, e ganha respeito internacional, não demonstra o mesmo sucesso no combate ao crime, e apresenta-se como ícone de nossa incapacidade de enfrentar o narcotráfico armado. A derrubada do helicóptero da PM, a morte de policiais em exercícios do dever e a prisão de dois policiais que envergonha, não só a corporação, mas toda a nação, ilustram bem nossos maiores obstáculos no combate a violência com resultados consistentes.
Quem comandou a invasão do morro e o ataque aos policiais com uma metralhadora antiaérea foi um traficante beneficiado pelo regime semiaberto (dar pra acreditar?), o mesmo já até fugiu da cadeia uma vêz.
O Ministro da Justiça, Tarso Genro, declara em entrevista a Época, que a nossa legislação precisa ser revisada. O Governo Federal prepara o fim da progressão do regime, mas apenas para grande traficantes, e o aumento da pena por tráfico. O projeto chega ao congresso até o próximo mês. Em contrapartida o governo tambem quer que os considerados pequenos traficantes cumpram penas alternativas, para evitar a influencia que recebem, estando juntos de outros presos mais experientes.
O que a revista Época chamou jogo de sete erros, o que culminou com o caos instalado na Zona Norte do Rio no fim de semana passado, forma listados:
1 - uma polícia mal equipada usando um helicóptero parcialmente blindado;
2 - a eterna divisão entre policiais civís e militares;
3 - somente os oficiais vestem fardas antichamas, por conta da falta de verba apra os praças - resultado: morreram carbonizados;
4 - um setor de inteligencia que não consegue convencer seus superiores de que a invasão era imininente;
5 - uma corporação tão ineficiente ou corrupta que fecha os olhos para a movimentação de bandidos, que percorreram 17 quilômetros com fuzis pela cidade sem que nenhum policial fizesse uma abordagem;
6 - falta de controle nas fronteiras: armas de guerras, fuzis, metralhadoras antiaéreas entram no país com destino aos morros. Alguns têm alcance de 2 quilômetros e a
7 - falta de integração entre forças estaduais e federais.
Uma série de medidas que devem ser perseguidas, como reforma do código penal, que data de 1941, quando nem existiam os celulares na cadeia, a criação de uma plícia de ciclo completo, que investigue e atue na prevenção; e a melhorar nas condições de trabalho dos policiais.
Imagine uma empresa na qual os funcionários só aparecem para trabalhar a cada três dias. Quando estão no trabalho eles devem ficar acordados 24 horas seguidas. Esse é o regime adotado pela polícia.
A invasão do Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio foi uma das maiores já vistas na cidade para tomar o controle de uma favela. Cerca de 150 homens, armados com 80 fuzis e incontáveis pistolas, foram mobilizados pelo Comando Vermelho (CV). O local é dominado pela facção Amigo dos Amigos (ADA), principal rival do CV. A quadrilha se dividiu em dois grupos e percorreu 17 quilômetros para chegar ao Morro dos Macacos sem ter nenhuma interferencia da polícia.
Pelo menos dois caminhões baús, nove carros e dezenas de motocicletas foram usados para o transporte. O tiroteio teve início as 21 horas da sexta-feira dia 16. A quadrilha rival ofereceu pouca resistência, pois tinha apenas 13 fuzis no arsenal.
A madrugada do sábado 17, foi de terror. A polícia interveio de madrugada, e o tiroteio seguiu até as 10 horas da manhã. Um bandido acertou tiros no helicóptero Fênix, da PM, e a aeronave em chamas, fêz um pouso forçado em uma favela vizinha. Dos seis policiais que estavam a bordo do helicóptero, dois morreram na hora e um terceiro morreu dias depois, no hospital. A queda do avião e a morte dos policiais despertou um sentimento de vingança na corporação. O presidente do Clube de Cabos e Soldados da PM do RJ, Jorge Lobão, ofereceu R$ 2.000,00 de recompensa a quem der pistas sobre o autor dos disparos que derrubaram o helicóptero. Lobeu deu o número do próprio celular para receber ligações de denúncias. No começo da semana dezenas do CV foram ocupadas, na busca dos responsáveis pelos disparos que mataram três policiais. Nenhumdos principais acusados foi encontrado pela polícia. Até quinta-feira o saldo era de quase quarenta mortos.
As más condições de trabalho e os baixos salários não justificam uma chaga da polícia: a corrupção. No domingo 18 de outubro, um dia depois da tentativa de invasão do Morro dos Macacos, outro crime se tornaria emblemático para a crise institucional da polícia do Rio. Evandro João da Silva, de 42 anos, coordenador da ONG carioca AfroReggae, fo assassinado depois de sofrer um assalto num banco no centro do Rio. O que seria mais uma tragédia no cotidiano ganhou tons de absurdo na quinta-feira dia 22, quando foram divulgadas imagens de câmeras de segurança da rua em que ocorreu o assalto. Os policiais tomam dos bandidos o produto do roubo - uma jaqueta e um par de tênis - e libaram os dois assaltantes. Um dos policiais era capitão, promovia havia um ano. Ele supervisionava o patrulhamento no centro da cidade. O outro era um sargento.
Os policiais foram presos. O comandante da PM pediu desculpas. Mas o governador Sérgio Cabral não ficou satisfeito. Na sexta-feira pediu exoneração do relações públicas da PM, Major Oderlei dos Santos Alves Souza, que havia tratado do caso como um simples "desvio de conduta".
O AfroReggae é um símbolo de luta pela paz na cidade. Foi fundado em 1993, e desde então trabalha para pacificar duas comunidades que travam uma das guerras de facções mais antigas do Rio: Vigário Geral e Parada de Lucas. Um dos projetos de maior repercursão da ONG, o juventude e Polícia, trata justamente da melhoria dessa relação. Evandro, morador de Parada de Lucas, começou a trabalhar no AfroReggae como moderador de conflitos e coordenou, recentemente, um projeto cultural em presídios do Estado. Foi enterrado ao som de obras de Bach ao violino, tocadas por crianças do projeto, seus alunos.

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